23.8.14

Mafalda Morfina revive sucesso de Raul Seixas


21 DE AGOSTO, DIA EM QUE COMPLETAMOS 25 ANOS SEM RAUL SEIXAS
Banda Mafalda Morfina relembra a data lançando uma versão para o sucesso "Tente Outra Vez" com direito a videoclipe e apresentação.Divulgação

Divulgação

 Formada por Luciana Lívia (Voz e Composições), Renato Manteiga (Bateria), Thiago Arena (Guitarra) e Carla Keyse (Baixo), Mafalda Morfina é uma banda que completa 10 anos de estrada em 2014. Direto do Ceará, onde participou de festivais como Rock Cordel, Ponto Ce e Feira da Música, estão há cerca de três anos em São Paulo e citam Raul Seixas como uma de suas principais influências (ao lado de Muse e No Doubt). 



Confira o videoclipe:

Para quem acompanha Mafalda Morfina pela internet pôde acompanhar também uma contagem regressiva em posts de perfis da banda que diziam, por exemplo, "Faltam 48 horas". Os fãs respondiam em comentários parecendo estar tão ansiosos e animados quanto a banda. A data (21 de Agosto) não foi a toa, pois nesse mesmo dia em 1989 Raul deixava esse "plano terrestre". Além da música e do videoclipe, a banda Mafalda Morfina também participará do tributo "25 Anos Sem Raul" no mesmo palco que bandas como BigFuzz, Copas Fora e Cryform. Além dos shows, quem for poderá conferir bandas cover, exibição de documentários e registros musicais e pessoais, concurso de sósias e discotecagem Raul+Rock anos 80/90.

No meio de sua turnê "Carrossel Estático", os integrantes da MM arranjaram um tempo para fazer essa homenagem à Raul. Nós conversamos com a Luciana Lívia sobre o tributo. Confira:

 PC Guimarães: De onde surgiu o convite para o Tributo a Raul Seixas?
Luciana Lívia: Na verdade foi talvez um convite da energia que sentimos pela obra de Raul. Um belo dia eu cheguei ao ensaio da banda, com a ideia de criarmos uma versão da música "Tente Outra Vez". A banda me olhou desconfiada a princípio, é natural sentir insegurança em reproduzir um hit que já está ali, lindamente pronto há anos, e dá-lo uma nova roupagem, mas no fim todos se apaixonaram pelo desafio. Demorou um tempo para decidirmos o caminho ideal dos arranjos. A idéia era que a música não perdesse a essência “Raulseixista”, mas que ganhasse um pouco da nossa cara. Até que estudando melhor a música em casa, tive uma prévia do que queria com a melodia da voz e da levada da guitarra. Montei um esqueleto disso e levei para casa do Thiago que além de guitarrista, é um ótimo instrumentista no geral. Trabalhamos juntos na pré e levamos o resultado para Renato e Carla. Ambos curtiram e logo desenvolveram muito bem seus arranjos, dando uma interpretação única à bateria e ao baixo. Depois da versão pronta, a homenagem ao Raul passou a ser realizada em nossos shows (a partir de junho desse ano).



PC: A música "Tente Outra Vez" é, incontestavelmente, um dos maiores hinos brasileiros. Como surgiu a ideia do clipe?
Luciana Lívia: Em agosto desse ano Raul Seixas completa 25 anos que partiu em seu disco voador para "novos aeons". Então tivemos a ideia de trabalhar um vídeo que fosse dedicado especialmente a ele. Não somente por tudo que ele representa para gente como inspiração artística e autoral, mas também com o intuito de propagar sua música a nova geração. A incentivar essa galera a ir atrás do "tal" maluco beleza e conhecer a sua genial contribuição para a música brasileira!

PC: Vejo muito da ideologia de Raul em suas letras. Como você o descobriu e o que ele representa para você hoje?
Luciana Lívia: Meus pais se conheceram através de uma rádio, que estava recebendo ligações dos fãs do Raul Seixas. Daí você tira né? rs Minhas irmãs e eu crescemos ouvindo Raul Seixas. Nos anos 90 muitas vezes íamos aos encontros do fã-clube do Raul em Fortaleza/CE e Plínio Seixas (irmão do Raul) acabou sendo um colega da família. Cheguei inclusive a cantar para ele aos 07 anos de idade a música "O homem", ao lado do meu pai (vocalista da SALT, banda cover do Raul Seixas, desde 1998). Por isso e por tudo, Raul Seixas sempre me faz lembrar minha família. E logo em seguida ele me inspira coragem, ousadia e renovação como artista. Suas músicas falam muito. São luzes infinitas.
Luciana, suas irmãs, e pais em um dos encontros com Plínio Seixas
 Luciana, suas irmãs, e pais em um dos encontros com Plínio Seixas (arquivo pessoal)


PC Você participou da direção do Videoclipe com Jefferson Santos. Qual foi sua contribuição?
Luciana Lívia: O Jeff é um amor. Um profissional talentoso e humilde. Ele quem me colocou nessa de direção. A verdade é que idealizei o projeto e montei um rascunho simples com ele. Eu já sabia mais ou menos onde queria chegar. Havia uma linha de raciocínio e uma intuição em harmonia, tanto na parte dos depoimentos, quanto na comunicação com a câmera. Mas foi o Jefferson que compreendeu tudo, acrescentou sua visão e conduziu a câmera pra gente, permitindo que a magia acontecesse. Além de uma edição de mestre. Ele é um profissional apaixonado pelo que faz e eu acho que é exatamente aí que nos encontramos.

PC: De quem foi a idéia de cenografia e como foi a filmagem da banda?
Luciana Lívia: A ideia veio praticamente no dia da gravação. Carla Keyse encontrou umas caixas estilo anos 70, e a Bruna (nossa produtora) adorou a ideia. Os meninos ajudaram na composição. Lembro que Renato sentiu coceira no corpo, porque afinal eram caixas muito antigas rs. Todos ajudaram a carregar as caixas e de repente criamos um cenário simples, mas honesto. A filmagem durou uma madrugada inteira e foi muito divertido. Eu acho que saímos dali com uma sensação de orgulho um do outro. Rostos sonolentos e cansados, mas muita satisfação com o trabalho realizado e alegria pelo simples fato de estarmos juntos. 06. Alguns meses atrás você visitou o apartamento em SP onde Raul passou seus últimos dias de vida. Como isso reflete em você, pessoalmente e musicalmente? Acho que foi um momento meu de ser fã. E por isso foi mais pessoal do que musical. Senti um sentimento de nostalgia, de algo que eu não vivi. Legal você ter lembrado.

PC:  Como é a relação do publico da Mafalda Morfina com Raul? Eles conhecem? Você vê esse tributo como uma maneira de levar Raul Seixas à essa nova geração? Luciana Lívia: Conhecem. Alguns mais, outros menos. Achamos que a regravação da “Tente Outra Vez” é uma maneira sim de propagar Raul Seixas a nova geração. Gostar de rock no Brasil e não conhecer a obra dele "Pode ser muito arriscado". Mas "Faz o que tu queres a de ser tudo da lei".

PC: No próximo dia 23 vocês participam do tributo ao cantor em SP. Quais as expectativas? vocês vão tocar só Raul ou os fãs podem esperar músicas autorais também?
Luciana Lívia: Como o show é tributo, vamos fazer mais 03 canções do Raul além da "Tente Outra Vez". Porém o restante do show é todo das músicas do nosso novo disco.

PC: No último show de vcs na praça Vitor C. vcs tocaram essa versão que gravaram. Pretendem deixar no repertório durante a turnê Carrossel Estático?
Luciana Lívia: Sim. Principalmente nesses meses que a versão ainda está recente. Ela repercute positivamente nos shows e contracena bem com músicas nossas como "Xícara Azul" ou "Em outros Versos".

PC: Deixe aqui um recado para os fãs de Raul que estão conhecendo a banda agora.
Luciana Lívia: Galera corre para conhecer “o novo e o antigo verdadeiro”! rs Parafraseando um pensamento bem interessante que um rapaz nos presenteou na introdução do videoclipe. Mas é isso mesmo. Conheçam mais sobre as músicas da Mafalda Morfina, em especial as do novo disco "Carrossel Estático". E não deixem de ouvir mais músicas do Raul Seixas, Secos e Molhados, Mutantes, Paralamas do Sucesso, Beatles, Belchior, Engenheiros do Hawaii, Queen, Cássia Eller, Skank, Carmen Miranda, etc.

SERVIÇO: Tributo 25 anos sem Raul + Bandas Autorais
Sábado, 23 de Agosto - Feeling Music Bar
Ingressos: R$25 (R$20 com nome na lista)

5.9.13

PREMIO MULTISHOW DE M... MÚSICA?

PREMIO MULTISHOW DE MUSICA BRASILEIRA 2013"Premiação deixa arte de lado para louvar o gosto popular brasileiro.


Para um bom começo: todos sabem que o PMMB é um prêmio realizado pelo canal Multishow e que essa rede pertence à Globo, certo?


Há três anos atrás, a cantora Pitty, ao receber o prêmio de Melhor DVD com Chiaroscope, um registro todo voltado à arte e nada comercial, atordoada disse "(...) Esse DVD é um projeto extremamente experimental, poético e concorrendo com coisas tão mais populares, eu nunca imaginei." e concluiu "Muito muito muito feliz de ver que um trabalho como esse ainda tem espaço e ainda apode ser premiado". Porém não houve ninguém para dizer o mesmo esse ano. A Arena da Barra ficou repleta de celebridades e quase não sobrou espaço para artistas.

Quem assiste ao Multishow sabe que é um Altas Horas 24 horas. É onde a Globo chama atenção dos jovens num mix de atrações que os atraem com o que eles devem gostar. Antes do fim da MTV ser anunciado, a estrela jovem era Marcelo Adnet, que acabou com sua carreira se aventurando em O Dentista Mascarado. Claro, Adnet sempre teria "MTV" estampado em qualquer papel que fizesse. Com a fácil desaprovação (e decepção) com o comediante, fazia-se necessário um novo Ídolo Teen e eis que surge o sensacional filme Minha Mãe é Uma Peça. Já admirado antes, Paulo Gustavo seria o Adnet da MTV e como não existe mais aquele Adnet na MTV, Paulo Gustavo é único.

E O QUE ESSE PAPO TODO TEM A VER COM O PREMIO?
Mesmo com tantas premiações de música no Brasil, as que mais chamam atenção e "pega de jeito" os jovens e adolescentes, se resumem em siglas VMB e PMMB. Já que VMB fazia sucesso com Adnet, Paulo Gustavo é perfeito para o PMMB, coloca Ivete que já é musa, ídola, uma puta artista e sócia da Globo: fechou. Tudo pronto, ascendam as luzes, mas vamos por partes pra não causar náusea.

Pra começar, a premiação se guiava em textos "engraçados" importados diretamente da grade de programação da emissora em questão, além dos apresentadores, claro.

APRESENTAÇÕES
Quem vive no Brasil deve saber qual é o "Novo Funk", com letras, refrões, pseudo-bonitinhos, coreografias ensaiadas, algo (claro!) inspirado no POP internacional, com direito e remix e samples chupinhados. A ideia a ser passada é "Outros tipos de Funk são escrotos. O novo é cool". (Assista o Profissão Repórter que trata do assunto para entender melhor). Aí deram  cerca de 7 MINUTOS para Naldo e o mesmo para Anitta. Tão populares quanto à novela das oito. Por acaso? talvez não. Mas quem organizou tudo isso esqueceu de uma coisa: eles não cantam nada e pagaram vexame em vista nacional. Sem mencionar Ivete cantando trecho das músicas com a plateia, querendo mostrar que ela é do povão e o povão gosta (tem que gostar) disso!

Mas e o pagodão e afins que rolam no humilde Esquenta da (mais povão impossível) Regina Cazé?
Depois que o grupo Exaltassamba se desfez, Péricles virou co-apresentador e Best-Friend-Forever de Regina e Thiaguinho se tornou música para adolescentes fanáticas naquele estilo Restart. Hora de juntar, né? é. Mais de oito minutos para esse reencontro que só poderia ser feito pelo Multishow.
Pra não focar só em um grupo, chamaram Sorriso Maroto WHO? para fazerem um som também. Cerca de oito minutos pra não ser deselegante.

E os acontecimentos da rua? a revolução no Brasil? passará despercebida? não pode. os jovens eram maioria nas ruas, precisam de um representante no palco. "Que tal Planet Hemp? eles aprovam todo o movimento e tal." não. Muitos questionamentos e os músicos são excelentes. Só a vóz de B-Negão quebrará todos os citados acima. "Tá, chama só o D2 então." mas o público do Marcelo não é formado por muitos jovens mais. "Chama algo que fale de liberdade, maconha, essas coisas e que seja atual". CONE CREW!!! Mas sem muita audiência: seis minutos no máximo.

Como o palco era todo trabalhado no futebol - lembrando da audiência que a Copa do Mundo já deu e ainda dará à Globo ano que vem. JOVEM TEM QUE GOSTAR DE FUTEBOL! e quem fala de Futebol na música? Skank, claro! mas Skank é jovem? não: só canta o clássico "Partida do Futebol" e vaza! OK. menos de quatro minutos, por favor.

Prêmio Multishow lindo! pronto pra agradar todos os tipos de jovens. Mas (quase) eles esqueceram que o PMMB é conhecido porque mistura as "novidades" com artistas renomeados como Caetano... E quem colocar de jovial pra cantar com Caetano e ainda ser surpreendente? Criolo? "NÃO! A MTV JA FEZ ISSO!" Emicida? FECHÔ. Quanto tempo? o mesmo que demos às outras aprestações especiais: sete ou oito minutos.

O sertanejo que já está entrando em fase de esquecimento geral, foi representado por Chitãozinho e Xororó com Paula fernandes. Aquele lance de unir o novo ao clássico e blá blá blá. E para encerrar a noite: Ivete Sangalo, escolhida como Melhor Cantora, a apresentadora do festival cantou três músicas (AI QUE INEDITO *0*)

AS CATEGORIAS

VOTO POPULAR

Melhor Cantor: Luan SantanaMelhor Cantora: Ivete SangaloMelhor Grupo: Sorriso MarotoMelhor Música: Thiaguinho - "Buquê de Flores"Melhor Show: Paula FernandesExperimente: Oba Oba Samba HouseMúsica-Chiclete: Anitta - "Show das Poderosas"


JÚRI ESPECIALIZADO

Novo Hit: Mahmundi - "Calor do Amor"Versão do Ano: Bárbara Eugênia - "Por Que Brigamos?"Melhor Clipe: Anitta - "Show das Poderosas"Música Compartilhada: Metá Metá - "MetaL MetaL"



SUPERJÚRI

Artista Revelação: Karol ConkaMelhor Disco: Guilherme Arantes - "Condição Humana"Melhor Show: Caetano Veloso / Gang do Eletro (empate)Nova Canção: SILVA - "Amor Pra Depois"


Lembrando que o "superjúri" é (democraticamente) composto por jornalistas de diversos meio de comunicações.

e vendo essa lista não há como não se perguntar: CADÊ A MÚSICA? Isso é o melhor do Brasil? cadê Vespas Mandarinas? cadê um dos melhores discos do anos chamado "Aleluia" da banda Cascadura? Cadê Martin e Eduardo? Cadê cachorro Grande? Cadê Agridoce? Cadê O Rappa? Cadê Joe e a gerencia? Cadê Gal? Cadê Criolo? Cadê Guri? Cadê China? Cadê Chico????? Cadê Tulipa Ruiz? Cadê Rita? Cadê música nova? Cadê as bandas que eu escuto na Augusta: Sabonetes, Vivendo do Ócio, Mafalda Morfina, Instinto, República, Rebobina, Caixa preta? Cadê arte? DEUS abençoe a internet, porque se eu dependesse desse prêmio pra me guiar em questão musical, estaria fudido, alienado e acéfalo.


* Não leve a sério nada desse texto, afinal é só mais um cara, comentando sobre tudo sem saber de nada.

11.11.11

ADELE

ADELE "A moça que tem praticamente 20 anos e já conquistou corações, mentes e almas do mundo inteiro"
Quem nunca ouviu falar de Adele? eu demorei a ouvir justamente por isso: todos já ouviram, todos ama, todos todos todos... (eu sei, preciso melhorar isso em mim, mas enfim!). Quando ouvi essa voz pela primeira vez não pude contrariar: é um puta vozeirão! não chega a ser uma Amy Winehouse da vida, mas tem muito a ver. Um pouco pela vóz, um pouco pela postura, e muito pelas letras. Também comparo a sonoridade à Lady Gaga por algumas notas, alguns graves, os "ou ou ous" da vida, a força na voz, o piano e o auto-controle e emoção. Também já vi comparações com a Beth Ditto (The Gosip) pelas "gordurinhas a mais" des-padronizando uma cantora de sucesso e claro, pela vóz.

Com pouco mais de 20 anos, Adele é, sem dúvidas, uma cantora talentosíssima e com letras lindas. BUT não deixa de ser uma artista que apareceu na hora certa, quando "o mundo precisava".
Hoje qualquer grupo faz sucesso, é só jogar um refrão que gruda e umas batidas pra tocar nas baladas. Adele conseguiu agradar a gregos e troianos, "Rolling in the Deep" toca em qualquer baladinha cool, nas boates, e até festas alternativas, enquanto "Some Like You" garante a existência da moça em bailinhos, aulas de Inglês, MTV, reuniões executivas, restaurantes, fones de jovens e já peguei até minha avó cantando junto, na rádio.
Tempos que a música ficou tão brega que a qualidade deixada de lado volta a tona e as pessoas estão sedentas por músicas bem trabalhadas, sem muito barulho, envolventes e que façam sentido. De tão anacrônica que sua música é, acaba se tornando novidade, misturando vários elementos e se consolidando através de hits cobertos de beleza, tristeza e poesia. Como algumas outras bandas por aí, surgiu através do MySpace, desde que lançou seu álbum de estreia, "19", vem recebendo ótimas críticas de todos os entendedores do assunto., mas foi seu segundo álbum, "21", lançado no começo desse ano, que sua voz foi reconhecida popularmente pelo mundo. Como hoje o computador muda tudo na música, inclusive vozes, Adele surpreendeu colocando sua cara (e voz) para bater, cantando apenas com um pequeno apoio do piano:


Mês passado, através de sua gravadora, Adele anunciou que passará um tempo longe dos palcos e estúdio para cuidar de suas cordas vocais, passou por uma cirurgia e todos torcemos para que ela fique bem e nos surpreenda e nos encharque com seu talento!

* Não leve a sério nada desse texto, afinal é só mais um cara, comentando sobre tudo sem saber de nada.

8.11.11

O PALHAÇO

O PALHAÇO - O FILME "Benjamim é um palhaço sem identidade, CPF e comprovante de residência. Ele vive pelas estradas na companhia da divertida trupe do Circo Esperança."

Começo dizendo que não é um filme que te faz gargalhar, embora seja engraçado.
"O Palhaço" me encantou por ser um filme mais artístico que comercial. Em vez de abusar de efeitos especiais, truques incríveis e corpos sensuais: piadas antigas, ângulos tradicionais, uma fotografia incrível e um clima real. A ideia de um palhaço triste não é original? não. Mas a forma que é tratado ali é real. É algo que podemos sentir. Incrível como Selton Mello é convincente e o elenco todo esbanja talento.

Quando o filme começou, pude jurar que se tratava de mais uma trama do sertão e o bla bla blá. Mas confesso que me surpreendi. Tem um lado todo humano - e, porque não, filosófico - Benjamin (Selton Mello) é um palhaço divertidíssimo, ótimo no que faz mas sente falta de algo. Essa necessidade é logo repassada à trupe toda. Eles sentem necessidade de algo, mas não sabem o quê. Querem algo novo, precisam inventar. Benjamin percebe que cansou mas não tem tempo para pensar do que cansou. Com ajuda de seu pai (Paulo José)  descobre e em meio a tantas necessidades, vai em busca da sua: descobrir qual é a sua. Eu me vi muito nele e acredito que muitos também se encontrarão porque  mostra uma fase muito importante na vida de todos e que muitas vezes permanece durante anos: o auto-encontro.

Outro ponto que contribuiu minha paixão ao filme, foram as críticas. Para o palhaço fazer qualquer coisa é necessário: Identidade, CPF e Comprovante de Residência. Com a vida circense, óbvio, não tem nada disso e cobrado incansavelmente pelo resto do mundo; uma vez abordado por um policial sobre o aval do circo, explica que não saiu ainda e o policial, sem pensar duas vezes, pede alguns ingressos para o espetáculo; há também um juiz e um mecânico que só se movem com a força do dinheiro; nos seus espetáculos ele precisa decorar nome do prefeito e faz o mesmo elogio a cada um, assim como as suas respectivas esposas. Quando aceitam o convite para um jantar, enquanto muitos deslumbram-se com fartura e luxos, o palhaço está apenas de corpo presente.

Pra mim, é um "filme de cabeceira", daqueles que você assiste várias vezes e desvenda detalhes, se emociona, se encontra e o vê diferente a cada vez. Recomendo.

* Não leve a sério nada desse texto, afinal é só mais um cara, comentando sobre tudo sem saber de nada.

22.5.11

MARCHA DA LIBERDADE

MARCHA DA MACONHA"que aconteceu ontem, dia 21 de maio, em São Paulo, mostra retrocesso e falta de liberdade no Brasil.



Assim que fiquei sabendo sobre a "Marcha da Maconha" decidi que iria participar. Já discuti muito do assunto com meus amigos, minha família e gente que realmente entende do assunto. Finalmente eu participei pessoalmente de algo que eu seja a favor e que infelizmente precisamos pedir assim, unidos.



O fato é que cheguei lá por volta de trinta minutos depois do combinado, das trinta pessoas que disseram que iam comigo, apenas um colou de verdade. A cena linda de pessoas de cara-pintadas, placas, faixas, roupas e atitudes, brilho nos olhos e uma organização impecável. Do outro lado da rua, uma parede militar, dispostos a usar toda força e armamento possível para uma manifestação PACÍFICA (vai entender)


Alguns côros e começamos a marcha, com o hino que retrata que essa marcha mostrou mais do que a liberação do uso da maconha ou o cultivo caseiro. Mostra a verdadeira repressão que vivemos hoje, veladamente, claro. "puta que pariu! Dois Mil e onze e tem censura no Brasil!". Lógico que não vamos nos comparar aos anos de 1970 mas não consigo ver como vivemos em liberdade sob balas de borracha, caceteies e bombas de gás.

Para dispersar a multidão que estava chamando atenção, veio alguns ataques do "policiamento". Infelizmente teve algum resultado. Muitos pararam no meio do caminho. Precisava de muita força para chegar ao fim e sim, muitos conseguiram.

Chegamos na praça da República com alguns feridos, os olhos ardendo, a respiração falha e a notícia de que muitos dos companheiros foram presos. Tudo isso para uma passeata onde não queríamos destruir nada nem atingir ninguém. Estávamos apenas bradando por um direito nosso e gostaríamos que o assunto fosse discutido.



Aí a gente sente na pele como as notícias mudam até chegar ao público massivo. No momento haviam apenas dois grupos: o organizado da Marcha da Maconha e o policiamento. Na TV diziam que tinha um público contra, eu não vi ninguém, além dos fardados.

Entre os manifestantes, encontrei muitos que sabiam conversar e queriam isso: conversar sobre o assunto, civilizadamente. Já no grupo que reprimia, não vi nenhum argumento convincente.

 E são nesses momentos que a gente vê que muita coisas ainda precisa mudar nesse país. A liberação da maconha é algo pequeno perto do que aconteceu nessa tarde de sábado. Cadê nossa liberdade alcançada em 1988? eu não consigo ver.

* Não leve a sério nada desse texto, afinal é só mais um cara, comentando sobre tudo sem saber de nada.

28.3.11

O ROCK DO GLÓRIA

SHOW DO GLORIA NA RUA AUGUSTA: Banda Gloria, em seus dez anos de carreira, comemora com show explosivo em menos de uma hora de duração.

Fiquei sabendo que o Gloria faria um show no Estação Music Bar, casa de shows que eu vi nascer. Apesar de sempre querer, nunca tinha ido a um show desses meninos e ontem me arrependi de não ter ido antes. Rumo a seus dez anos de estrada, mostram a intimidade que têm com o palco. Dominam uma multidão de roqueiros loucos por descarregar suas insatisfações com o mundo.

Só depois de três anos tocando, o Gloria se sentiu confortável para gravar um disco. É conhecida pelos berros incessantes do Mi, algo que ao vivo é digno de delírio. As músicas todas são muito bem trabalhadas e a reprodução no palco é linda. As letras são envolventes, contém ódio, são diretas e o Gloria tem essa postura no palco. Direta e reta, daqueles que cospem no chão e coça o saco (no sentido literal, claro). Basta os primeiros toques na bateria e pronto, uma roda de phogo gigantesca já se abre. Os olhos deles brilham, é visível. O Mi abre a boca e pronto: caos, destruição e liberdade. Show de rock. Sem frescura.

Em suas poucas pausas entre uma música e outra (se eu contei bem, foram três ao longo da apresentação), o baixinho musculoso solta algumas frases e mostra que sabe exatamente do que, pra quem, de quem e como está falando.

Como presidente de um fã clube, eu quase naturalmente observo isso em shows e nesse não foi diferente.Vi duas meninas que vestiam camisetas "Nós Somos Guerreiros". Elas em cima de ombros, normal. Se não fosse o show inteiro. Vi também que os fã clubes dos caras têm uma postura legal e são contra sem noçãozisse. Ninguém agarrou a banda ou ficou com aquela frescura de tentar subir no palco a qualquer custo. Não passavam imagem de união, talvez pela maioria dos fãs de Gloria vir de "Minha Paz", lançado há dois anos.

Há um público misto apesar da maioria ser aqueles monstros de dois metros arrebentando a roda inteira (que eu participei por uma música e adorei.), mas também há aquelas garotas que viram uma vez ou outra na MTV. Há também pais que levam seus filhos e olham aquilo com espanto. O legal foi ver que a roda dominou o show quase inteiro, haviam alguns que fortementeresistiram e ficaram na ponta do palco até o final, aqueles que ficavam pra trás, curtindode boa e ainda o pessoal que subia no que via pela frente para ver melhor. Surreal, lindo.

Sem noção tem em todo lugar e nesse também tinha. Uma menina que subiu no ombro de alguém colado no palco em frente ao vocalista que ficava desviando tentando ver o público, mas a garota (de lilás, se não me engano), não se tocava. Vamos levar em consideração a altura do moço e a altura do palco que não chegava a dois metros, né? mas o que me deixou meio WTF? mesmo foi o tempo de duração do show (43 minutos, se contei certo). Pô. Uma banda rumo a seus dez anos de carreira fazer um show de menos de uma hora? estranho.

O Estação Muisc Bar, pelo que eu entendi, continua com aquele esquema de chamar quinze bandas pra tocar antes da atração principal. É algo legal, dá espaço pra bastante coisa nova. A transição de bandas acontecem bem rapidamente, em questão de minutos. Já a trilha sonora que colocam nesse meio tempo não tem NADA a ver com festival. E dica para as bandas que vão tocar em festivais assim: COVER. Não é fazer um show só com músicas alheias, claro, mostre as suas, mas tenha noção de que as pessoas estão ali para ver outra banda. E outra: ENSAIO. Mesmo que vá tocar para três pessoas: faça só quando estiver seguro, please.

CONCLUSÃO: QUERO MAIS!


* Não leve a sério nada desse texto, afinal é só mais um cara, comentando sobre tudo sem saber de nada.

18.3.11

CENÁRIO GLOBAL

OBAMA VEM AO BRASIL Os preparativos para a visita de Obama ao Brasil estão a todo vapor. O presidente dos EUA conhecerá o mesmo Brasil que se vê de fora, mesmo estando dentro.
O homem mais poderoso do mundo inicia sua viagem a América Latina e começa pelo Brasil, país do Carnaval, futebol, mulheres e "caieperínha". Os preparativos para a visita do moço são gigantescas, algo que me assusta. Hoje de manhã haviam helicópteros nos céus e ensaios de segurança no Rio de Janeiro. A polícia militar também chegou a cidade e não há ninguém que não seja da equipe do presidente no mesmo hotel que o ser.

No dia 20 de Março, Obama faria um discurso ao povo Brasileiro porém, o palco foi desmontando na Cinelândia e o evento acontecerá no Theatro Municipal e a um publico restrito, CLARO.

Não tenho absolutamente nada contra o atual presidente dos EUA, pelo contrário, admiro e as poucas ações que acompanho do mesmo vem sendo admiráveis, na minha opinião. O que me assusta é todo esse cenário montado ao presidente. As ruas por onde ele passará estão sendo pintadas. Se você der uma olhada no percurso do político, verá que é o mesmo que passa em novelas ou estão estampados em cartões postais. Havia uma visita a uma das favelas cariocas. Mas a Casa Branca não confirmou nada até o momento.

O que eu me pergunto nisso tudo é o porquê de construir esse cenário de um país utópicamente feliz e perfeito. A visita do presidente não vem com o intuito de oferecer ajuda? mostre no que precisamos de ajuda então. Fico inconformado porque mesmo estando em solos brasileiros, Obama não verá o Brasil de fato.

* Não leve a sério nada desse texto, afinal é só mais um cara, comentando sobre tudo sem saber de nada.