Assim que fiquei sabendo sobre a "Marcha da Maconha" decidi que iria participar. Já discuti muito do assunto com meus amigos, minha família e gente que realmente entende do assunto. Finalmente eu participei pessoalmente de algo que eu seja a favor e que infelizmente precisamos pedir assim, unidos.
O fato é que cheguei lá por volta de trinta minutos depois do combinado, das trinta pessoas que disseram que iam comigo, apenas um colou de verdade. A cena linda de pessoas de cara-pintadas, placas, faixas, roupas e atitudes, brilho nos olhos e uma organização impecável. Do outro lado da rua, uma parede militar, dispostos a usar toda força e armamento possível para uma manifestação PACÍFICA (vai entender)
Alguns côros e começamos a marcha, com o hino que retrata que essa marcha mostrou mais do que a liberação do uso da maconha ou o cultivo caseiro. Mostra a verdadeira repressão que vivemos hoje, veladamente, claro. "puta que pariu! Dois Mil e onze e tem censura no Brasil!". Lógico que não vamos nos comparar aos anos de 1970 mas não consigo ver como vivemos em liberdade sob balas de borracha, caceteies e bombas de gás.
Para dispersar a multidão que estava chamando atenção, veio alguns ataques do "policiamento". Infelizmente teve algum resultado. Muitos pararam no meio do caminho. Precisava de muita força para chegar ao fim e sim, muitos conseguiram.
Chegamos na praça da República com alguns feridos, os olhos ardendo, a respiração falha e a notícia de que muitos dos companheiros foram presos. Tudo isso para uma passeata onde não queríamos destruir nada nem atingir ninguém. Estávamos apenas bradando por um direito nosso e gostaríamos que o assunto fosse discutido.
Aí a gente sente na pele como as notícias mudam até chegar ao público massivo. No momento haviam apenas dois grupos: o organizado da Marcha da Maconha e o policiamento. Na TV diziam que tinha um público contra, eu não vi ninguém, além dos fardados.
Entre os manifestantes, encontrei muitos que sabiam conversar e queriam isso: conversar sobre o assunto, civilizadamente. Já no grupo que reprimia, não vi nenhum argumento convincente.
E são nesses momentos que a gente vê que muita coisas ainda precisa mudar nesse país. A liberação da maconha é algo pequeno perto do que aconteceu nessa tarde de sábado. Cadê nossa liberdade alcançada em 1988? eu não consigo ver.
* Não leve a sério nada desse texto, afinal é só mais um cara, comentando sobre tudo sem saber de nada.
FODA PC (L
ResponderExcluirÉ interessante ver como conseguimos excluir qualquer tipo de razão naquela frase extampada em nossa bandeira.
ResponderExcluirOnde esta a ordem em ser atacado num país onde vigora a suposta democracia e liberdade de expresão quando se quer defender uma causa, uma ideologia e mais; um direito de cidadçao numa passeata pacifica onde a arma eram a união da população a favor de tal legalização, suas vozes e placas(papel e tinta) com palavras de ordem libertaria e justificativas..?
Onde esta o progresso em reprimir e atacar com violência sem motivo(afinal não houve ataque por parte dos manifestantes, não houve nenhum tipo de intervenção nas ruas, não foi parado transito, não foi barrado o direito dos outros cidadãos de ir e vir nas ruas e nem mesmo nenhuma ação abusiva ou visualmente ou auditivamente abrasiva para tal reação da policia)pagadores de impostos que assim como nossos antepassados(caras pintadas) queriam fazer valer um direito de escolha e de liberdade. O governo é contra? que seja..existe congresso e fala para que? mas escolhem não ouvir, escolhem não ver, escolhem calar-se e partir para a forma mais facil: reprimir, coagir por meio de violencia fisica.
Pois é... Sei que há o TODOS ESTÃO MUDOS mas já vimos o preço a se pagar ao decidir-se falar..mas vale a pena..sempre vale..só não desistir do grito...
Otimo artigo de opinião PC ;)